sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Genecy: o santo de casa.


Conheci o cara no final dos anos 80 nos bingos organizados pelas professorandas do Stella Maris. Era magro, alto, tímido e desengonçado, mas quando pegava um violão e soltava a voz não se encabulava em fazer macaquices. Embalava hits da música romântica e xotes populares. Nas festas, Genecy adorava acompanhar boêmios de fim de noite com suas interpretações de Vicente Celestino, Núbia Lafayete, Agnaldo Timóteo e outros nomes da MPB que se tornaram conhecidos por terem suas canções tocadas nos bregas e cabarés. Teve uma crise depressiva com a morte de seu pai nos anos 90 e quase parou de tocar, chegando a cortar as unhas, tirar as cordas do violão e abandona-lo em cima do guarda-roupa. Voltou a tocar e cantar com a ajuda e vista de amigos e farristas. Hoje, Genecy representa uma das veias mais ricas e criativas da música triunfense. Marca uma geração e se mostra presente com muita resistência e luta nos eventos de nossa cidade. Esse é o cara...
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Sem purismos: quem nuca teve dor de cotovelo? Pra curar nada melhor que uma boa música romântica, principalmente se atingir a alma, sem pornofonia ou mulher rebolando seminua em DVD's de forrós chanchadas. Genecy além de reunir boas referências musicais com estilo peculiar, é prova mais concreta que santo de casa faz milagre.

Por Cristóvão Montalvão

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Festa do folclore em Triunfo ganha nova roupagem


Forró, mangue beat, música eletrônica, rap e rock. A festa do folclore surpreendeu pelo inusitado e pela vanguarda. Um verdadeiro caldeirão de diversidade musical, tudo bem equilibrado. O público era o mais variado: tinha head banger, mangue boy (as mães dos mangue boys!!!!), emo e o pessoal do sítio, é claro. Inovação sem perder a essência do evento, que preservou as tradicionais barracas temáticas e as pitorescas gincanas, onde crianças e adultos se divertiam no melhor do estilo triunfense. O homenageado, seu Ambrosino Martins era constantemente citado. Um dos fundadores do Folclore, seu Ambrosino sempre esteve envolvido nos eventos da cidade, seja nas novenas, no simpático Alaursa do carnaval, na praça. O grupo anfitrião, Ambrosino Martins abriu a grade musical com a excelente performance de Paulo Henrique nos vocais, que mostra o melhor que Triunfo pode oferecer: alto e bom som. As letras falavam de coisas e causos triunfenses. Mostraram um trabalho amadurecido e com identidade. Visão do Caos e Cogumelo Mosh, da cidade de Paulista marcaram presença no palco, com letras politizadas e um declarado engajamento em seus trabalhos. Radiola Serra Alta deu seguimento com suas batidas eletrônicas, no seu estilo "munganga beat." Templários Acústicos mostrou o trabalho de Lucivaldo Ferreira, um minucioso estudo da música popular brasileira em composições e texturas musicais sofisticadas: um som para escutar e se balançar. O grupo de forró Só Triscando mostrou irreverência em suas versões de Bob Marley e Raul Seixas. Todo mundo dançou. Lelo Lerim, integrante do Ambrosino Martins fala com entusiasmo do folclore. Lelo fala da necessidade de se incorporar esse novo formato do evento ao calendário oficial da cidade, pois estimula a preservação da memória coletiva e agrega valores e contribuições para a sociedade, como as várias oficinas ministradas nessa época e o estimulo aos jovens, que podem ver na arte uma alternativa para a formação e entretenimento, já que sempre foi uma reclamação unânime por parte deles que a única diversão da cidade é a cachaça, o que é um grande equívoco.

...e mais folclore
















sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Nelson Triunfo: você conhece o cara?


Quando Nelson Triunfo, ou simplesmente Nelsão voltou de São Paulo, sua cidade natal não entendeu absolutamente nada. Calças folgadas, um tênis que mais parecia bota de astronauta, uma dança esquisita e um black power de fazer inveja a qualquer negão de Olinda.
Falava de ritmo e poesia, filosofia das ruas, arte como instrumento de cidadania, grafite e outras coisas que as pessoas pensavam ser de outro mundo. Conversa de gente doida. Seria mais um cabelo de arapuca? Para os desavisados, Nelson Triunfo é um dos precursores da cultura hip hop no Brasil, que teve seu embrião na Jamaica, encontrou solo fértil nos guetos norte-americanos (filho da mama África) e se expandiu por todo mundo.
Na década de 80 Nelsão já falava das conexões entre o rap e o repente, já vislumbrando a necessidade de não abandonar as raízes ao absorver outros conhecimentos e culturas. O mangue beat de Chico Science veio e confirmou sua hipótese. O triunfense do cabelo de moita acertou em cheio.
Atualmente Nelsão Triunfo atua na luta da implantação de políticas públícas para a inclusão social em São Paulo. Enquanto a Triunfo? Ficou mais alegre, mais consciente da diversidade musical e menos carrancuda...

Fotografia extraída do site: http://www.fotogarrafa.com.br

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Definições

munguzá[Var. de mucunzá, do quimb. mu'kunza, 'milho cozido'.] Substantivo masculino. 1.Bras. N. N.E. Cul. Iguaria feita de grãos de milho (geralmente branco) cozidos em caldo açucarado, algumas vezes com leite de coco ou de gado, a que se junta polvilho com canela. [Outras var.: mugunzá, mungunzá e manguzá. Sin.: chá-de-burro (AL) e canjica (S. e C.O.).]

Sim Aurélio, mas cadê o mugunzá salgado?

Loucura...



Que Mané loucura?

Que Maria loucura?

Que João loucura.

Louco é quem destrói,

Quem machuca e não pede perdão.

Quem acha que o amor é uma piada

De mau gosto.

É quem acha que tudo está no seu devido lugar.

Aquele que sofre em silêncio,

E acha que tudo é por que simplesmente

Deve ser e pronto.

E tu rapaz?

Que faz aqui nesse mundo?

Tu é doido é?




segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Ambrosino Martins

Seu Ambrosino Martins


10 anos se passaram desde que o músico Lucivaldo Ferreira teve a idéia de formar um grupo de dança em Triunfo(PE). Surgiu como um relampejo. Nada muito pretencioso, a primeira vista: na efervecência do mangue beat fazer um grupo que homenageasse (em vida) o tocador de pé de bode Ambrosino Martins. A idéia de fusão e de dar sustância a ritmos e danças já quase esquecidas pela juventude, como as Cambinas e o Côco do Livramento era o mote do grupo. Muita gente absorveu aquele clima. Era comum ver alguns garotos de chapéu de palha na rua cantando "da lama ao caos." Chico Science e sua ciência musical chega ao Sertão. Não eram a maioria, mas existiam. O grupo se apresentava nas escolas e em cidades vizinhas. Alfaias, caretas, caboclinhas, cambindas, velhinhas. Eram figuras carimbadas no folclore. Seu Ambrosino tornou-se uma espécie de guru do grupo, que com respeito os garotos escutavam suas histórias de músico, sua experiência de vida. Hoje o grupo Ambrosino Martins representa mais um ícone da resistência da música independente no Sertão de Pernambuco. Uma boa pedida para quem quer aproveitar um bom som. Sem pornofonia ou bundas no palco. Cada um na sua.




seja bem-vindo ao mugunzá eletrônco!!!!!!


Seu Chiquinho(figura ilustre triunfense)



Mugunzá Eletrônico é o espaço onde você pode ver Triunfo numa ótica diferente. Não, não. Se você está esperando críticas da gestão de fulano de tal, ou fofocas da vida de dona Maria ou as homenagens a dr. Ciço, perdoe-nos. Aqui o esquema é música, teatro, poesia, causos e afins. Diversão levada a sério. A boa e velha gréia. Figuras ilustres também se farão presentes aqui. Então pegue o prato, a pimenta e sirva-se. (com desculpas do trocadilho!!!)